sexta-feira, 6 de abril de 2012

Resumo: A Cabeça de Steve Jobs (parte I)


Resumo do livro A Cabeça de Steve Jobs, escrito por Leander Kahney, jornalista e escritor que há anos acompanhou a carreira de Steve. O livro conta a historia desse grande homem, tenta explicar como a cabeça desse monstro da tecnologia funcionava. O livro reúne as lições empresariais desse visionário e tenta revelar seus segredos.

Em alguns momentos podemos traçar um paralelo com desenvolvimento ágil, Apple precisou ser muito ágil para enxugar e retomar o crescimento. Lembrando que quase tudo desse post foi retirado do livro A Cabeça de Steve Jobs.


Capítulo 1 – Foco

Enxugar uma empresa não é tarefa fácil, em 1997 a Apple estava quase falida, vendia cerca de 40 produtos diferentes. Passou algum tempo querendo entender, distinguir um produto do outro: “Era espantoso. E comecei a perguntar às pessoas: por que recomendaria um 3400 e não um 4400? Quando é que alguém deveria fazer um upgrade para um 6500 e não um 7300?...Se eu não conseguia entender aquilo...como é que nossos clientes conseguiriam?”

Então Steve Jobs começou a conhecer todos os produtos para depois priorizar e fazer cortes. Durante esse período ele focou na marca, nos clientes, fornecedores...focou em tudo que uma grande empresa precisa, sempre priorizando a qualidade e a simplicidade.

A organização não foi apenas na empresa, cada produto tinha que evitar o excesso de funções, Jobs insistia em um foco rigoroso. “Muitos telefones celulares são exemplos gritantes do excesso de funções. Fazem tudo o que se possa imaginar na face da Terra, mas certas funções básicas como ajustar o volume, são as vezes obscurecidas.”

Foco pessoal, Jobs se concentrava em suas áreas de expertise e delegava todo o resto.
Era bom em:
  • Desenvolvimento de produtos.
  • Apresentação de produtos.
  • Realização de acordos.
Não era bom em:
  • Direção de cinema.
  • Negociar com Wall Street.
  • Operações.
No fim de cada capítulo são listadas as lições de Steve Jobs:
  • Trabalhe. Arregace as mangas e comece a trabalhar imediatamente.
  • Encare as decisões difíceis.
  • Não se deixe levar pelas emoções. Avalie os problemas da sua empresa de forma objetiva, com cabeça fria.
  • Seja firme.
  • Busque informação, não faça suposições e baseie suas decisões em dados.
  • Busque ajuda.
  • Concentre-se naquilo em que você é bom, delegue todo o resto.
  • Mantenha o foco: não dê margem ao excesso de funções. Mantenha as coisas simples, o que é uma virtude em um mundo de tecnologia excessivamente complexa.
Capítulo 2 – Despotismo

Nesse ponto podemos ver a simplicidade do papel, soluções rápidas. Muito parecida com os cartões do jogo do planejamento vivido no mundo ágil, facilitando a organização, debate e a priorização: a princípio, os designs dos produtos eram apresentados em um computador, mas a equipe acabou concluindo que trocá-los rapidamente na tela dava muito trabalho, de modo que passaram a imprimir os desenhos em grandes folhas de papel brilhante. As imagens eram espalhadas em uma grande mesa de reuniões e podiam ser rapidamente selecionadas.

Não há detalhe pequeno demais. Enquanto trabalhava na nova interface, Jobs às vezes dava sugestões que a princípio pareciam ser loucura, mas que depois acabavam se mostrando boas ideias.
Mais uma vez a simplicidade é priorizada: Jamais exagere em acessórios desnecessários, sobrecarregando de funções um produto simplesmente porque são fáceis de acrescentar. Ocorre exatamente o contrário. Ele depura a complexidade dos seus produtos até que fiquem tão simples e fáceis de usar quanto possível. Jobs é extremamente centrado no consumidor.

Nesse ponto lembrei daquelas implementação que nunca são utilizadas ou funcionalidades que desenvolvemos e culpamos os clientes por não utilizarem.
Um estudo feito por Elke dem Ouden, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, constatou que quase metade dos produtos devolvidos pelos consumidores com restituição integral do dinheiro está em prefeitas condições de funcionamento, mas foram devolvidos porque seus novos proprietários não conseguiram descobrir como usá-los. “Os desenvolvedores de produtos, que foram observar os esforços feitos por um consumidor médio, ficaram espantados com o caos que haviam criado.”

Muitas empresas gostam de dizer que são “centradas no consumidor”, Abordam seus usuários e perguntam-lhes o que querem. Essa inovação, que é tida como “centrada no usuário”, é impulsionada pelo feedback e pelos grupos de foco. Essa é uma parte perigosa, muitas vezes os usuários não sabem o que querem. Como disse certa vez Henry Ford: “Se eu perguntasse a meus clientes o que eles queriam, teriam respondido que era um cavalo mais rápido.”
Explica Whitney: “Mas esses mesmos usuários não podem lhe dizer o que querem. Você tem que observá-los para descobrir o que querem”

Jobs era o grupo de foco de um só homem da Apple. “Ele não teve treinamento formal...Tem o ponto de vista do leigo. É uma grande vantagem”, disse Dag Spicer.
Lições de Steve Jobs:
  • Gere alternativas e escolha a melhor.
  • Crie os projetos pixel a pixel. Desça até os mínimos detalhes.
  • Simplifique.
  • Não tenha medo de começar do zero.
  • Evite o efeito Osborne. Mantenha em segredo os lançamentos até que estejam prontos para serem vendidos.
  • Encontre uma maneira fácil de apresentar novas ideias.
Capítulo 3 – Perfeccionismo

“Seja um padrão de qualidade. Algumas pessoas não estão acostumadas a um ambiente em que se espera excelência.” - Steve Jobs

Mais uma vez o processo ágil é demonstrado, o ciclo de desenvolvimento dos produtos é feito com iterações rápidas e não existe uma cascata entre as funções. “Os produtos são passados para lá e para cá entre designers, programadores, engenheiros e gerentes – e depois o processo se repete. Não há uma cadeia definida.”

“Para criar um design realmente bom, você tem que compreender a coisa. Tem que internalizar a essência dela. É preciso um envolvimento apaixonado para compreender uma coisa em sua totalidade, mastigá-la completamente, e não apenas engoli-la rápido. A maior parte das pessoas não se permite tempo suficiente para fazer isso.”

“Quando você começa a olhar para um problema e acha que ele é simples, você não compreende quão complexo ele realmente é”, disse Jobs em 1983. “Depois que você mergulha no problema... percebe que ele é complicado e começa a encontrar muitas soluções rebuscadas. É aí que a maior parte das pessoas para e as soluções tendem a funcionar por algum tempo. Mas alguém realmente bom vai continuar, vai descobrir o problema que está por trás de tudo e vai encontrar uma solução elegante que funcione em todos os níveis. É o que queríamos ao fazer o Mac.” - Paul Kunkel e Rick English, Apple Design.

A embalagem do iMac foi cuidadosamente desenhada para apresentar a máquina ao novo consumidor... “Parece simples e óbvio”, disse Jonathan Ive. “Só que, muitas vezes, para se chegar a esse nível de simplicidade é necessária uma enorme iteração de design. Você tem que gastar energia considerável compreendendo os problemas que existem e as queixas que as pessoas têm – mesmo quando elas próprias acham difícil articular essas queixas e esses problemas” - Ibid.
Ive diz que a equipe, pequena e íntima, é crucial para a criatividade e a produtividade. A inovação é um processo de “aprender coletivamente as coisas e de melhorar naquilo que fazemos. Uma das marcas registradas da equipe é a curiosidade, é ficar entusiasmado quando erra porque isso significa que você descobriu algo novo”. - Janet Abrams.

“Nossa tarefa é resolver problemas incrivelmente complexos e fazer com que sua solução pareça inevitável e incrivelmente simples, de modo que as pessoas não percebam como a coisa foi difícil” - Ive.
Lições de Steve Jobs:
  • Design é função, e não forma.
  • Troque ideias.
  • Inclua todo mundo.
  • Evite um processo sequencial.
  • Gere teste. Use o método de tentativa e erro.
  • Não force. A “amigabilidade” surge do processo de design.

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